Em sua 8ª edição, anuncia quase 30 filmes em cartaz e tem como objetivo descentralizar e democratizar o acesso ao cinema, fortalecendo produções nos estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Distrito Federal

Crédito: Amanda Canhestro

No coração de um vale escondido nas profundezas do Brasil central, Seu Alvino e Dona Neusa plantam e colhem o que a terra dá, como o cajuzinho do cerrado e o baru. Após mais de dois séculos, o tempo continua passando lento no quilombo Vão de Almas, apesar da seca cada vez mais severa. Neste cenário, o filme "A Chuva do Caju", de Alan Schvarsberg, recebeu o maior prêmio da 8ª edição do CineBaru - Mostra Sagarana de Cinema, por meio do voto popular. 

O anúncio foi feito durante a sessão de encerramento da Mostra, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de setembro. Para este foram quase 30 curtas-metragens de até 30 minutos, sendo 21 filmes concorrendo na Mostra Competitiva Regional Baiangoneira e na Mostra Infantil Sertãozin, com 7 filmes. Além dos curtas, o festival também ofereceu pela primeira vez o Sagarana CineLab, laboratório para a elaboração de novos filmes, para os cinco projetos selecionados, três oficinas e um restaurante comunitário gerido por mulheres da comunidade.

Além da exibição de filmes, o CineBaru realizou pela primeira vez o Sagarana CineLab, uma espécie de laboratório em pleno sertão mineiro que neste ano selecionou cinco projetos para elaboração de filmes longa-metragem e três oficinas, onde os participantes podem colocar a mão na massa, realizando a troca de experiências entre pessoas de diferentes regiões e vivências. A Mostra também contou com cerca de 200 alunos de escolas estaduais e municipais que receberam aulas educativas e puderam acompanhar os filmes infanto-juvenis selecionados para a Mostra Infantil Sertãozin.

Mais de 300 pessoas compareceram ao CineBaru provenientes dos estados Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal e puderam prestigiar filmes com produções independentes, longe dos eixos-culturais tradicionais, descentralizando e democratizando o acesso ao cinema. No sertão mineiro, em Sagarana, distrito de Arinos (MG), com uma tela de cinema inflável, em um campinho de futebol e com cadeiras de bambu feitas à mão, o CineBaru traz há oito anos um olhar sensível principalmente nas questões ligadas ao meio ambiente e em como a emergência climática afeta os modos de vida de todos, em distintas proporções. 

OBRE O CINEBARU

O CineBaru - Mostra Sagarana de Cinema, maior festival de cinema do Noroeste mineiro, é idealizado pelo Coletivo Ecos do Caminho, que é formado por alguns participantes do projeto Caminho do Sertão desde 2014. Com o propósito de interagir com os agentes e as entidades culturais, sociais, ambientais e políticas da região e após diversas atuações e parcerias com a comunidade local e com a agenda de atividades da Vila Sagarana, o Ecos organizou a primeira edição do CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema, em outubro de 2017. 

É o adentrar os gerais como possibilidade de encontro artístico, cinematográfico, seja numa camada maior, em que se insere na agenda de festivais de cinema, seja numa visão mais ao chão, em que permite a inauguração de um novo olhar para uma vila distante das praças de exibição ou das capitais Belo Horizonte e Brasília.

Se é a literatura rosiana que media as relações dos que chegam em Sagarana, o CineBaru pretende ter no cinema – o que se vê e o que se faz – uma ferramenta de troca. Levar o sertão ao mundo, trazer o mundo ao sertão.

Mais informações

Site oficial: https://cinebaru.com.br/

Instagram: @cinebaru