Devido
à paralisação dos recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no estado
do Goiás, os trabalhadores da área da construção civil, tais como:
Empresários,
construtores e operários organizaram-se para realizar um movimento, para chamar
atenção das forças políticas, para intervirem na causa.
As cidades do Entorno do
Distrito Federal tem sido impactadas economicamente com a fata de repasses relacionados
as obras realizadas pelo programa MCMV no estado de Goiás, que estão ocorrendo
desde o final do ano de 2018.
A fim de dar continuidade no
programa e de honrar os contratos entre empresas e compradores, empresários que
atuam no setor imobiliário e da construção civil realizarão no dia 29 de maio,
quarta-feira, às 10 da manhã, em Brasília, em frente ao Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR), uma manifestação pacífica para sensibilizar as
autoridades politicas, como o ministro do MDR, Gustavo Canuto, para que os
trabalhadores da área possam ter um posicionamento sobre a dificuldade no
repasse de recursos referentes as obras do programa MCMV no estado de Goiás e
na aprovação de trâmites contratuais da compra dos imóveis.
Conforme a Associação dos
Construtores de Águas Lindas (ASCOAL), cerca de 250 empreendedores da cidade
aguardam receber os repasses e mais de 3 mil contratos precisam ser efetuados.
O presidente da ASCOAL,
Cristiano Cruz, informou que a manifestação será realizada com o apoio das
regiões de Valparaíso, Planaltina de Goiás, Novo Gama, entre outras cidades.
“Para o movimento foram chamados mais de mil pessoas”, informou o presidente da
associação.
O movimento já foi aderido
por empresários, construtores, corretores, compradores que almejam obter a sua
casa própria, principalmente operários, tais como: pedreiros, pintores,
serralheiros, bombeiros hidráulicos, encanadores, entre outros profissionais
atuam diretamente na construção das moradias do programa MCMV.
“Eu me organizei
financeiramente para dar uma casa digna para os meus filhos e encontrei o lugar
ideal, mas logo agora que consegui o contrato não pode ser efetuado. Quando eu
já ia processar a empresa, fui informada da paralisação dos recursos do
programa MCMV. Dia 29 de maio agora podem contar comigo. Eu e meus filhos
precisamos da nossa casa”, desabafou Lídia, de 34 anos, mãe da Laura, de 02
anos e Felipe, de 05 anos, que esperam pela saída do contrato do apartamento no
setor Mansões Village.
Várias cidades do Entorno do
DF estão se mobilizando para comparecer no dia do protesto, por parte da
Associação de Construtores de Águas Lindas, serão disponibilizados 20 ônibus
para conduzir os manifestantes até o local.
“Eu e meu irmão somos
pedreiros e queremos continuar trabalhando. Temos esposa e filhos que precisam
de nós em casa, levando o pão de cada dia. Meu irmão, Ricardo, foi demitido quando
começou a paralisação do MCMV. Eu tenho ajudado ele, mas está pesado. O que a
gente não pode é aceitar que o nosso ganha pão seja afetado”, descreveu Paulo,
de 42 anos, trabalhador da área da construção civil nas obras do programa MCMV.
Cidades como Águas Lindas,
Novo Gama, Cidade Ocidental, estão engajadas no movimento dos trabalhadores da
área da construção civil, pois o impacto econômico pela falta de repasses dos
recursos do programa MCMV tem afetado a arrecadação de recursos e diminuído o
fluxo econômico nas cidades do Entorno do DF.
Além de recursos arrecadados
por meio de impostos e outros sistemas de arrecadação, o impacto econômico
negativo, ocasionado pelos travamentos dos recursos do programa MCMV também tem
afetado o ITBI das cidades.
As prefeituras estão a favor
do movimento dos trabalhadores da construção civil, pois uma cidade necessita
que todos os setores funcionem, para que ocorra a circulação do fluxo econômico,
e os investimentos continuem sendo repassados para os setores como saúde e
educação.
As prefeituras, que
administram os serviços prestados nas cidades, analisaram também a diminuição
de oportunidades de emprego e o crescente número de demissões dos
trabalhadores.
Nos comércios locais também
houveram diminuições, principalmente no setor de redes madeireiras, por falta
de procura, o que “respinga” nos outros setores e comércios.
Mediante a esta situação o
presidente da Associação de Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB), Hildo do
Candango, posicionou-se a favor do movimento dos trabalhadores e se
disponibilizou a mediar um encontro entre as prefeituras que compõem a AMAB, os
construtores e o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, para que
uma solução seja inviabilizada o quanto antes.
De acordo com nota divulgada
pela AMAB uma reunião com o Ministério do Desenvolvimento Regional já foi
solicitada e agora a associação aguarda uma resposta para que o encontro de
fato aconteça. Segundo o presidente da AMAB, Hildo do Candango, o intuito da reunião
é garantir uma solução que beneficie a todos e tranquilizar a classe
trabalhadora.
“O eu precisamos é que as
autoridades entendam que esta crise não afeta apenas os construtores civis,
afeta também o trabalhador, afeta o micro empresário que acaba indo a falência,
afeta o comerciante, afeta o morador que tem o sonho de possuir sua casa
própria, afeta a economia dos municípios e tudo isso e um efeito cascata que
pode nos levar a uma crise ainda maior com grandes impactos em mais de 30
municípios apenas no Entorno de Brasília.” Disse Hido do Candango.
Em Águas Lindas as taxas do
ITBI geram ao município 11 milhões em arrecadação direta ao ano. A paralisação
das obras do programa Minha Casa Minha Vida trarão um grande impacto para a
economia local, o que afetaria até os investimentos em áreas como a saúde.
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