No ano de 2018, o rendimento médio das mulheres ocupadas com idade entre 25 e 49 anos foi de R$ 2.050, o equivalente a 79,5% da remuneração recebida pelos homens, de R$ 2.579
Além de terem mais dificuldade de conseguir emprego, as mulheres ainda recebem salários mais baixos do que os homens no mercado de trabalho. A renda média de um trabalhador adulto do sexo masculino é 26% maior do que o de uma mulher na mesma faixa etária. Os dados são do Estudo Especial sobre Diferenças no Rendimento do Trabalho de Mulheres e Homens nos Grupos Ocupacionais com base nas informações levantadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano de 2018, o rendimento médio das mulheres ocupadas com idade entre 25 e 49 anos foi de R$ 2.050, o equivalente a 79,5% da remuneração recebida pelos homens, de R$ 2.579.
Dependendo da profissão escolhida, as mulheres chegam a receber menos da metade, como é o caso de engenheiros de minas, metalúrgicos e afins, em que homens recebem um salário médio de R$ 11.922,40, contra uma remuneração média de R$ 5.000 recebida pelas mulheres na mesma profissão. A diferença é ainda maior no caso de engenheiros eletrônicos, com salário médio de R$ 12.218,80 para homens e R$ 4.000 para mulheres no mesmo cargo.
No ano passado, a população ocupada na faixa etária de 25 a 49 anos totalizava 56,4 milhões de pessoas em todo o Brasil, sendo 54,7% de homens e 45,3% de mulheres. A participação feminina no mercado de trabalho não mudou significativamente desde 2012, quando a pesquisa teve início, o que mostra o predomínio da participação masculina no contingente de trabalhadores ocupados, afirmou o IBGE.
Considerando-se as ocupações selecionadas no estudo, a participação das mulheres era maior entre os Trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0% do total de ocupados nessa função), Professores do Ensino fundamental (84,0%), Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e Trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%).
Por outro lado, entre os cargos de Diretores e gerentes, as mulheres tinham participação pequena (41,8% dos trabalhadores nessa função), com rendimento médio de R$ 4.435, o equivalente a 71,3% do recebido pelos homens na mesma profissão, de R$ 6.216.
Entre os Profissionais das ciências e intelectuais, as mulheres tinham participação majoritária, 63,0% deles, mas recebiam apenas 64,8% do rendimento dos homens no mesmo cargo.
Nas ocupações com maior nível de instrução também houve desigualdade nos rendimentos. Entre os Professores do Ensino fundamental, as mulheres recebiam 90,5% do rendimento dos homens. Já entre os Professores de universidades e do ensino superior, o rendimento das mulheres equivalia a 82,6% do recebido pelos homens. Entre os Médicos especialistas e Advogados, as mulheres representavam 52% dos trabalhadores, mas ganhavam pouco mais de 70% do salário médio dos homens na mesma função.
Em 2018, o valor médio da hora trabalhada foi de R$ 13,0 para as mulheres, enquanto a hora trabalhada por um homem valia R$ 14,2. As mulheres trabalhavam, em média, 4,8 horas semanais a menos do que os homens, mas o levantamento não leva em consideração o tempo a mais dedicado a afazeres domésticos e cuidados de pessoas.
A taxa de desemprego foi de 11,6% no quarto trimestre de 2018, mas muito mais elevada entre as mulheres (13,5%) do que entre os homens (10,1%), comportamento observado em todas as regiões do País.
As mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil, 52,4% das pessoas nessa faixa etária no quarto trimestre de 2018, mas se mantiveram como a maior parte da população que estava fora da força de trabalho (64,7%).
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